terça-feira, 20 de novembro de 2012

‎20 DE NOVEMBRO - dia da CONSCIENCIA negra.

O Dia da Consciência Negra. Até quando a consciência branca (racista, preconceituosa, alicerçada covardemente pelo poder) deixar de existir. Até tornarmos obsoletas as páginas que retratam a herança racista da nossa história. Até quando a Justiça(?) seguir, enfim, a legislação anti-racista do Brasil.
Que se faça prevalecer as leis constituídas para garantir a punição a quem infringe a lei praticando racismo, xenofobia e discriminação racial.

Preconceito pressupõe ignorância. Falta de inteligência que cega, ensurdece, que promove injustiça.

O Dia da Consciência Negra também é de celebração. Homenagear a resistência, a coragem dos heróis negros, a essencial cultura negra..

O cartunista Carlos Latuff, em mais uma de suas brilhantes charges, dá o tom da reflexão que o Dia da Consciência Negra exige.

http://www.impop.com.br/latuff-consciencia-negra/






Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.

A homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. Ele morreu em combate, defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma resistência ao sistema escravista e também um forma coletiva de manutenção da cultura africana aqui no Brasil. Zumbi lutou até a morte por esta cultura e pela liberdade do seu povo.

A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É um dia que devemos comemorar nas escolas, nos espaços culturais e em outros locais, valorizando a cultura afro-brasileira.

A abolição da escravatura, de forma oficial, só veio em 1888. Porém, os negros sempre resistiram e lutaram contra a opressão e as injustiças advindas da escravidão.

Vale dizer também que sempre ocorreu uma valorização dos personagens históricos de cor branca. Como se a história do Brasil tivesse sido construída somente pelos europeus e seus descendentes. Imperadores, navegadores, bandeirantes, líderes militares entre outros foram sempre considerados hérois nacionais. Agora temos a valorização de um líder negro em nossa história.


Resistência negra à escravidão

A historiografia conservadora, que valoriza os heróis como únicos responsáveis pelos grandes feitos da humanidade, enaltece a Princesa Isabel como a redentora dos negros, a libertadora e ignora todo o processo conjuntural e estrutural que a levou a assinar,em 13 de maio de 1888, a Lei Áurea.

A partir da segunda metade do século XIX cresceram os movimentos abolicionistas, que passaram a pressionar cada vez mais o governo em busca de uma extinção definitiva da escravatura.As pressões internacionais, principalmente dos ingleses, também eram grandes, e os próprios negros passaram a se rebelar contra a situação com maior freqüência.

O Quilombo de Palmares, no século XVII, em Alagoas, tornou-se uma referência na história da resistência dos negros à escravidão.Até hoje, quando se fala em resistência negra à escravidão se é induzido a pensar em Zumbi dos Palmares e no quilombo que ele liderou.Mas esse famoso quilombo não foi o único a existir, muito pelo contrário, eles multiplicaram-se pelo Brasil como forma de organização de resistência dos negros fugidos do trabalho escravo.


Eis alguns valores característicos do homem negro:

- o homem negro é essencialmente religioso e cultural, ritual e celebrante, porque para ele existe um ente supremo, o "sagrado", que é o verdadeiro real
- o homem negro é simbólico, porque o seu mundo é o mundo das imagens e do concreto; todas as realidades materiais, visíveis e imediatas são anunciadoras e portadoras de outras realidades
- o homem negro é o homem de coração, porque, para além do corpo, da forca vital, da habilidade, do entendimento e de todas as outras qualidades humanas, é ainda pelo coração que o homem se define, que o homem vale e é julgado; para usar a categoria de um provérbio africano: "o coração do homem é o seu rei".



DICA: FILME: AMISTAD


SINOPSE: 
Em Amistad, o diretor Steven Spielberg toca numa velha ferida norte-americana: a questão da escravidão e os conflitos étnicos surgidos a partir deste problema. O roteiro, baseado em fatos verídicos, relata a trajetória de um grupo de 53 negros, desde o seu aprisionamento por traficantes de escravos até o retorno ao continente africano. Criticado dentro e fora dos Estados Unidos, o filme chegou a ser classificado de maniqueísta, pela maneira romântica como o enredo se desenvolve – com a clássica contraposição entre o bem e o mal. 
O protagonista da trama é o negro Cinque, que lidera um motim no navio-negreiro Amistad em 1839. A embarcação deveria transportar os escravos para Cuba, porém, foi parar em águas norte-americanas, onde foi recolhida pela guarda-costeira. A partir daí é travada uma longa batalha judicial, com a coroa espanhola, traficantes de escravos e comerciantes americanos reclamando a posse da "mercadoria humana" (gente negra). Com o seu futuro sendo decidido nos tribunais, o grupo de negros tem que contar com os serviços de um ambicioso advogado branco e o auxílio de um negro livre que mantém um jornal. Com a ampla repercussão do episódio no meio político, o caso foi parar na Suprema Corte Americana, a mais alta instância judicial do país, onde os negros foram defendidos pelo ex-presidente John Quincy Adams.
Leia mais: http://www.megklopper.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=255005
ou assista!


BIBLIOGRAFIA

  • http://conscienciapura.zip.net/
  • http://www.impop.com.br/latuff-consciencia-negra/
  • http://www.prof2000.pt/users/hjco/alternativas01/Pag00009.htm